Solidão.
Com muita sutileza
Mesmo sem ser querida
No coração do homem
Encontras sempre guarida
Solidão! És triste...
Finge sempre buscar algo
No entanto, queres ficar sozinha.
Realmente este é teu alvo.
Aos poucos te arraigas.
Com muita discrição.
De maneira impiedosa.
Arrasando o coração.
Como todo sentimento
És também abstrata.
O querer só para ti
É isso que tu retratas.
Tens a função da ferrugem.
Vives sempre a destruir.
A esperança do ser humano
De um dia melhor surgir.
O coração falando alto
Mais alto que a razão.
Recebe-te inconscientemente
Oferecendo perdão.
És egocêntrica demais
Inibida tentas ser
Isolando a criatura
Não a deixando viver.
És um vil sentimento,
Devias desaparecer.
És de fato arrasadora
Aniquilando qualquer ser.
És sádica! Faz-te de vitima.
És asquerosa e doentia.
Coroe toda esperança.
Tudo isso é ironia.
Tu és feito morcego.
Sugas também anestesiando.
Dando sempre a sensação
Que estais nos ajudando.
Mas, és uma megera.
Numa noite tenebrosa
Extermina qualquer um
De maneira escabrosa.
Vá embora! Desapareça!
Deixe-me, por favor, viver.
O desejo de ser feliz
É direito de cada ser.