Poemas de Elza

Poemas de Elza
Mais de oitenta e oito anos de vida, cheia de sentimentos, quedas e voltas por cima...

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Solidão


Solidão.


Com muita sutileza

Mesmo sem ser querida

No coração do homem

Encontras sempre guarida


Solidão! És triste...

Finge sempre buscar algo

No entanto, queres ficar sozinha.

Realmente este é teu alvo.


Aos poucos te arraigas.

Com muita discrição.

De maneira impiedosa.

Arrasando o coração.


Como todo sentimento

És também abstrata.

O querer só para ti

É isso que tu retratas.


Tens a função da ferrugem.

Vives sempre a destruir.

A esperança do ser humano

De um dia melhor surgir.


O coração falando alto

Mais alto que a razão.

Recebe-te inconscientemente

Oferecendo perdão.


És egocêntrica demais

Inibida tentas ser

Isolando a criatura

Não a deixando viver.


És um vil sentimento,

Devias desaparecer.

És de fato arrasadora

Aniquilando qualquer ser.


És sádica! Faz-te de vitima.

És asquerosa e doentia.

Coroe toda esperança.

Tudo isso é ironia.


Tu és feito morcego.

Sugas também anestesiando.

Dando sempre a sensação

Que estais nos ajudando.


Mas, és uma megera.

Numa noite tenebrosa

Extermina qualquer um

De maneira escabrosa.


Vá embora! Desapareça!

Deixe-me, por favor, viver.

O desejo de ser feliz

É direito de cada ser.


Viver
















Viver.


Viver é nascer sem saber porque,

Andar, correr, parar, lutar.

É preciso sobreviver.

É surgir ideal

Difícil de entender...

Desejos, ambições, desabrocham em cada ser.

É necessário vencer.

Decepções, desenganos, frustrações sempre se vai ter.

Viver é bom...

É perder, é ganhar, é sentir algo fugir sem poder segurar.

É dar-se sem sentir.

É machucar-se, é perdoar.

É buscar sempre o melhor.

É encontrar o pior.

É estar firme, é tropeçar.

É ter amigos e surgir inimigo.

É ajudar, é cair, é levantar.

É adiante ter que ir.

É sonhar, é chorar, é entender.

Viver é também morrer.